O Nosso Resgate em Jesus

Sermão Expositivo em Levítico 25:29-30 – “E, quando alguém vender uma casa de moradia em cidade murada, então poderá resgatá-la até que se cumpra o ano da sua venda; durante um ano inteiro será lícito o seu resgate. Mas, se, cumprindo-se-lhe um ano inteiro, ainda não for resgatada, então a casa, que estiver na cidade que tem muro, em perpetuidade ficará ao que a comprou, pelas suas gerações; não sairá no jubileu.”

Introdução

O livro de Levítico, embora antigo, está repleto de lições que apontam para a obra de Jesus Cristo. Hoje, vamos olhar para uma lei bem específica sobre a venda e o resgate de uma casa, encontrada em Levítico 25:29-30.

Imagine a situação: um homem em Israel, vivendo em uma cidade murada, passa por uma dificuldade financeira tão grande que precisa vender sua casa, o lar de sua família, para sobreviver. Era uma perda terrível! A lei, porém, oferecia uma esperança: ele teria um período de um ano para resgatar sua casa, ou seja, comprá-la de volta. Se, após esse ano, ninguém a resgatasse – ele ou um parente próximo – a casa estaria perdida para sempre, até mesmo no ano do Jubileu.

Essa lei antiga sobre o resgate da casa nos ajuda a entender uma verdade sobre a nossa própria condição espiritual e o incrível resgate que Deus providenciou para nós por meio de Jesus Cristo, o Senhor. Vamos ver como essa passagem aponta para a nossa maior necessidade e para a solução divina.

Desenvolvimento

1. A perda da nossa “Casa”: A queda do Homem

O texto de Levítico fala de um homem que, por empobrecer, perde sua casa. De forma análoga, a Bíblia nos ensina que, originalmente, Deus nos colocou em um “lar” perfeito – o Jardim do Éden. Ele nos cercou com Sua presença, Sua bênção e Sua proteção, como uma “cidade murada” de segurança.

No entanto, o homem, por desobediência e pecado, “empobreceu” espiritualmente. Ele perdeu sua conexão com Deus, sua proteção e a vida plena que o Senhor havia planejado. O “salário do pecado é a morte” (Romanos 6:23), e essa morte não é apenas o fim da vida física, mas a perda da bênção de Deus, a quebra de relacionamentos, a entrada da doença e a destruição de sonhos. Foi como perder a casa, o lar, a segurança eterna com Deus. O homem foi “vendido” à escravidão do pecado.

🟣 A história de Adão e Eva é a história de cada um de nós. Todos nascemos nessa condição de “empobrecimento” espiritual, separados de Deus por causa do pecado. Sem um resgate, estaríamos perdidos para sempre, sem esperança de voltar para o verdadeiro “lar” que Deus planejou para nós.

Versículo de Referência: “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus.” (Romanos 3:23)

2. O Ano aceitável: A provisão de Resgate de Deus

A lei em Levítico estabelecia um “ano inteiro” como tempo limite para o resgate da casa. Se não fosse resgatada nesse período, seria perdida em perpetuidade. Deus, em Sua infinita sabedoria, não apenas mostrou a condição de perda do homem, mas também providenciou um “ano aceitável” de resgate para nós.

O profeta Isaías falou sobre esse “ano aceitável” (Isaías 61:1-2), e séculos depois, o Senhor Jesus Cristo veio para cumpri-lo. Na sinagoga de Nazaré, Ele leu as palavras de Isaías, aplicando-as a Si mesmo:

“O Espírito do Senhor DEUS está sobre mim; porque o SENHOR me ungiu para pregar boas-novas aos mansos; enviou-me a restaurar os contritos de coração, a proclamar liberdade aos cativos, e a abertura de prisão aos presos; a apregoar o ano aceitável do SENHOR…” (Lucas 4:18-19)

Jesus veio como o nosso Goel, o “parente-resgatador” que pagaria o preço necessário para nos trazer de volta para Deus. Ele se ofereceu ao Pai como o preço de resgate, o preço da Salvação e da vida eterna para a humanidade.

🟣 Jesus é o nosso “ano aceitável” de Deus. Nele, o tempo de resgate não se limita a um ano, mas está disponível agora! Ele pagou o preço total, nos comprou de volta da escravidão do pecado e nos trouxe para a “casa celestial”, a cidade forte que é o Reino de Deus. Ele não nos vê mais como pobres e miseráveis, mas como filhos e filhas resgatados.

“Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem, o qual se deu a si mesmo em preço de redenção por todos, para servir de testemunho a seu tempo.” (1 Timóteo 2:5-6)

3. A Urgência do Resgate: Hoje é o Dia!

A lei em Levítico é muito clara: se a casa não fosse resgatada dentro de um ano, ela seria perdida “em perpetuidade”. Não haveria mais oportunidade. Isso nos lembra da urgência do nosso próprio resgate.

Hoje, vivemos no “ano aceitável do Senhor” que Jesus inaugurou. Ele já pagou o preço mais alto – Sua própria vida – para que pudéssemos ter a oportunidade de estar novamente na eternidade com Deus. Não podemos adiar a decisão de aceitar esse resgate.

🟣 Vivemos em um mundo onde muitos buscam segurança em posses, em status, ou em sistemas humanos. Mas, assim como a casa em Levítico, essas coisas são temporárias e podem ser perdidas. A única segurança eterna, o único resgate que vale para a eternidade, é em Jesus Cristo. Ele é a única Porta para a nossa “casa celestial”. Aceitando o preço pago por Ele, temos nosso resgate para a eternidade. Não há outro caminho, não há outra oportunidade.

“Porque ele diz: Ouvi-te em tempo aceitável e socorri-te no dia da salvação; eis aqui agora o tempo aceitável, eis aqui agora o dia da salvação.” (2 Coríntios 6:2)

“E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos.” (Atos 4:12)

Conclusão

Meus irmãos, a história da casa em Levítico nos leva diretamente à verdade central da nossa fé: o nosso resgate em Jesus. Ele nos libertou da escravidão do pecado e nos comprou de volta para Deus.

Não há tempo a perder. O “ano aceitável do Senhor” é hoje! Aceite o preço pago, entregue sua vida a Ele e viva na segurança da “cidade forte” que Ele preparou para nós. Apenas em Jesus Cristo temos o nosso resgate para a eternidade. Que hoje seja o dia em que você proclama com alegria: “Eu fui resgatado em Jesus!”

“Porque em tudo fostes enriquecidos nele, em toda a palavra e em todo o conhecimento.” (1 Coríntios 1:5)


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